
Vantagens do biometano para usinas de cana-de-açúcar: por que investir agora?
O debate sobre as vantagens do biometano no setor sucroenergético não é novo. A tecnologia está consolidada, o potencial técnico é conhecido e os benefícios ambientais são amplamente reconhecidos. O que mudou é o cenário econômico e regulatório, que transformou o biometano em uma oportunidade concreta de investimento e não mais uma possibilidade distante.
Para as usinas de cana-de-açúcar, o momento de olhar para o biometano deixou de ser uma escolha opcional e passou a ser uma decisão estratégica. Segundo o Panorama do Biometano – Setor Sucroenergético, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em parceria com o CIBiogás, o setor possui capacidade técnica para produzir até 6,1 bilhões de metros cúbicos de biometano por ano, o que representa aproximadamente 10% do consumo nacional de gás natural. Apenas um ano antes, essa estimativa era de 5,2 bilhões, o que mostra o avanço nas análises e o reconhecimento do potencial da agroindústria da cana.
Ainda assim, a produção atual representa apenas uma fração desse volume. Essa diferença entre potencial e realidade abre uma janela concreta de oportunidades para o setor. Usinas que reconhecem esse cenário entendem que investir em biometano hoje não é apenas uma decisão técnica. É um movimento estratégico para quem busca eficiência, competitividade e alinhamento com as demandas crescentes do mercado global.
Nos próximos tópicos, apresentamos dados de mercado e argumentos práticos que explicam por que o biometano deixou de ser promessa e se tornou uma escolha inteligente para as usinas que querem se antecipar às transformações do setor.
Por que o momento de investir em Biometano é agora?
O setor de biometano no Brasil vive um ciclo de expansão sem precedentes. Dados do Panorama do Biogás 2024, elaborado pelo CIBiogás, mostram que a oferta de biometano no país deve triplicar até o final de 2026, caso todos os projetos em andamento se consolidem. Isso inclui a entrada de pelo menos 30 novas unidades produtoras, com forte concentração no interior do Brasil e, especialmente, em regiões canavieiras como o estado de São Paulo.
O crescimento não acontece por acaso. A combinação de pressões econômicas, ambientais e regulatórias criou o ambiente ideal para o investimento. O programa RenovaBio, em vigor desde 2018, reconhece e remunera a redução das emissões de carbono, permitindo que usinas gerem CBIOs, créditos de descarbonização negociados no mercado. Além disso, instrumentos como o REIDI, que concede incentivos fiscais para projetos de infraestrutura, e as chamadas públicas de distribuidoras estaduais de gás para aquisição de biometano, reforçam o cenário favorável.
Paralelamente, o mercado internacional tem intensificado a pressão por cadeias produtivas de baixo carbono. Países da União Europeia, por exemplo, já impõem exigências ambientais mais rígidas para a importação de produtos agroindustriais, incluindo açúcar e etanol.
Internamente, o custo dos combustíveis fósseis segue como um dos principais desafios operacionais das usinas. O diesel, ainda amplamente utilizado na frota agrícola e no transporte interno, representa uma fatia relevante dos custos, expõe o setor à volatilidade do mercado internacional e à instabilidade cambial.
O biometano oferece uma alternativa concreta a esse cenário. Produzido localmente, a partir dos próprios resíduos da cadeia produtiva, ele reduz a dependência de combustíveis externos, gera previsibilidade de custos e contribui diretamente para as metas ambientais do setor.
Investir agora não significa apenas aderir a uma tendência. Significa antecipar-se às exigências de mercado, transformar resíduos em ativo econômico e garantir competitividade em um setor cada vez mais pressionado por eficiência e sustentabilidade.
Vantagens do biometano para as usinas de cana-de-açúcar
1. Redução dos custos operacionais com combustíveis fósseis
O diesel ainda representa uma parcela significativa dos custos logísticos e industriais das usinas, especialmente no transporte interno e na frota agrícola. O biometano, produzido localmente e a partir dos próprios resíduos agrícolas, reduz essa dependência e contribui para estabilizar os custos energéticos, protegendo o setor da volatilidade do mercado internacional de combustíveis fósseis.
2. Aproveitamento econômico dos resíduos agrícolas
Resíduos como a vinhaça e a torta de filtro, historicamente tratados como subprodutos de baixo valor, podem ser transformados em ativo energético e econômico. A produção de biometano a partir desses materiais reduz o passivo ambiental e agrega valor à cadeia produtiva, criando um ciclo virtuoso de reaproveitamento e eficiência.
3. Contribuição efetiva para as metas ambientais e geração de CBIOs
A produção e o uso de biometano estão diretamente alinhados às metas do RenovaBio, programa que reconhece e recompensa a redução das emissões de carbono na produção e no uso de biocombustíveis. Ao investir em biometano, as usinas ampliam sua contribuição ambiental e geram CBIOs, créditos de descarbonização negociados no mercado, o que se traduz em benefícios econômicos concretos.
4. Interiorização do gás e segurança energética
O biometano possibilita o fornecimento descentralizado de gás natural renovável, especialmente em regiões canavieiras do interior do país ainda pouco atendidas pelas redes tradicionais de gás. Isso garante maior segurança energética às operações, reduz custos com transporte de combustíveis e contribui para o desenvolvimento das regiões produtoras.
5. Fortalecimento da imagem e da competitividade no mercado global
Mercados internacionais e grandes compradores estão cada vez mais atentos ao impacto ambiental das cadeias produtivas. Usinas que investem em biometano reduzem suas emissões e reforçam sua imagem de inovação e sustentabilidade, atendendo às exigências de mercados como União Europeia, Estados Unidos e Ásia.
Investir em biometano é antecipar o futuro do setor sucroenergético
A produção de biometano a partir dos resíduos da cana não é apenas uma solução energética. É um passo concreto na construção de um setor mais eficiente, menos exposto às oscilações externas e alinhado às exigências de competitividade e sustentabilidade que já orientam os grandes mercados globais.
O cenário está dado: os números mostram o potencial, os instrumentos regulatórios estão disponíveis e as oportunidades de expansão são reais. O diferencial agora pertence às usinas que reconhecem o momento e tomam a frente.
A Sebigas Cótica atua lado a lado com o setor sucroenergético para transformar potencial em resultado, com soluções em biometano que geram eficiência operacional e posicionam as usinas como protagonistas da transição energética brasileira.